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Resenha sobre "A Mocinha do Mercado Central" (1)

'Ela busca respostas', diz autora sobre protagonista de 'A mocinha do mercado central'; ouça podcast Escritora mineira apresenta no podcast 'Livro Falado' sua trajetória e destaca o que fez do livro 'A mocinha do mercado central' o vencedor de prêmio inédito em 2012.
Uma jovem que decide sair pelo Brasil assumindo outros nomes para descobrir sua própria história. Este é um dos eixos do livro "A Mocinha do Mercado Central", de Stella Maris Rezende, que vai muito além do resumo e aborda temas graves como a violência contra a mulher. Em 2012, a escritora ganhou três prêmios Jabuti, sendo que "A mocinha do mercado central" ganhou dois, sendo considerado o livro de ficção do ano. No quarto episódio do podcast Livro Falado, a autora comenta sua trajetória, fala sobre a relação com a leitura e revela detalhes da obra premiada. "A personagem Maria vai em busca de uma resposta. (...) A mãe foi violentada. Ela vai descobrir muitas coisas sobre os mistérios da mãe e vai ser certamente uma mulher mais dona da própria vida (ao fim do livro)", explica a autora. "É um livro de aventuras. É uma busca de si mesma. No final da história, ela já é outra pessoa." - Stella Maris Rezende Clique para ouvir o podcast no G1 Educação!

G1 Educação | Podcast: 'Ela busca respostas', diz autora sobre protagonista de 'A mocinha do mercado central'; ouça podcast | 26 de abril de 2019

 
A sagacidade na literatura de Stella Maris Rezende: uma questão de estilo e arte Volto-me neste artigo a particularidades estéticas que estão no cerne da singularidade da literatura de Stella Maris Rezende, definindo o seu estilo com o qualificativo “stellar”, com apoio em dois posicionamentos teóricos. Um, de Roland Barthes, que reconhece na literatura “o próprio fulgor do real”, já que ela “assume muitos saberes”, e lhes dá “um lugar indireto, e esse indireto é precioso”, são “saberes possíveis – insuspeitos, irrealizados.” (BARTHES, 1980, p. 18). Outro, de Luigi Pareyson, que concebe a carga de humanidade do criador consubstanciada em modo de formar artístico, não estabelecendo limitada noção biográfica ou associação direta da vida do artista com a sua obra. Segundo o esteta, nos sistemas formativos da arte consubstancia-se o diferencial da identidade de quem os urde criativamente, ou seja, “no operar artístico a pessoa do autor tornou-se, ela mesma, o seu próprio e insubstituível modo de formar.” (PAREYSON, 1997, p. 107). No estilo stellar o fulgor do real emana da sagacidade, que realiza muito bem os requisitos da especificidade da literatura, e se concentra na atuação arguta de personagens; em tramas matreiras e modos ardilosos de estruturação narrativa; no adensamento, com fluidez, em inquietações, contradições e perplexidades inerentes à natureza humana; na finura da linguagem velada. As heranças culturais da autora, trazidas da ambiência provinciana da infância e da adolescência, mais traços do caráter mineiro, reservado e desconfiado, infiltram-se na distinção do estilo, convertidos em visão e forma de expressão artística.

Vânia Maria Resende

In: Sede de Ler, seção Artigos, março de 2016, página 8.

 
A literatura infantojuvenil e seus Oscars Não foi a primeira vez que um gênero tacitamente considerado “menor” sobe ao primeiro lugar no pódio do prêmio literário mais prestigioso e mais antigo do Brasil, o Jabuti. Em 2012, Stella Maris Rezende, com “A mocinha do Mercado Central” venceu não só na categoria juvenil como também na de Livro do Ano de Ficção, batendo grandes títulos de literatura geral. Em 2014, a proeza se repetiu. “Breve história de um pequeno amor” conquistou para a autora, Marina Colasanti, dois primeiros prêmios – o da categoria infantil e o de Livro do Ano de Ficção. Ambos os feitos foram reveladores de que a literatura infantojuvenil brasileira está totalmente madura e digna de todo o reconhecimento, quer da crítica, quer do público. Confira tudo na Revista Sentidos da Cultura!

Ângela Leite | 2016

 
A literatura sensível e inteligente de Stella Maris Rezende Isabela Lapa
Maria Campos era uma menina simples e sonhadora de Dores do Indaiá. Fruto de um estupro sofrido pela mãe, ela nunca conheceu o pai, no entanto, sempre recebeu todo o amor e carinho da mãe, que apesar do sofrimento e dos traumas, via a filha como uma grande benção. Maria tinha duas paixões: significados dos nomes e Selton Mello. Quando deixou a cidade de Dores do Indaiá e começou a sua aventura ao redor do país, optou por usar um nome em cada cidade, afinal, para ela, eles eram grandes responsáveis pela formação da personalidade. Ao longo do caminho de descobertas e aprendizados, ela foi Zoraida, Gilda, Selma, Nídia etc. Para cada nome um sonho, uma aventura e um acontecimento importante. "Lá ela se chamava Teresa, "a que carrega as espigas de trigo". Quer dizer, naquela vida ela seria uma moça prestativa, prestimosa, a que chega aos lugares trazendo as coisas de que as pessoas mais precisam. (...)" Além da questão interessantíssima acerca dos nomes, que foi abordada de forma magnífica pela escritora, um destaque foi a participação de Selton Mello como personagem. O encontro da personagem com o Selton foi um acontecimento tão inesperado e agradável que eu me imaginei conhecendo um grande ídolo e tendo a oportunidade de passar alguns momentos ao lado dele. "Selton Mello estava de pé, apontando para a cadeira ao lado da dele. Com um sorriso que não conseguia se conter, Nídia foi se aproximando. Devagar, sem fitar os olhos dele, com o sorriso desaparecendo, ela sentou". Também é preciso mencionar que na viagem a São João Del Rey um encontro importante aconteceu e os rumos da vida da garota foram alterados de forma surpreendente e completamente emocionante! Esse fato lhe conduziu a novos questionamentos e novas dúvidas, confirmando as incertezas e mistérios da vida. "Um dia ela contaria a ele sobre as viagens que fez, ao decidir por esse ou aquele nome? Contaria cada experiência, cada sonho, cada possibilidade? Não sei, ela disse. Não sei, assim recomeçava o filme da vida deles". Posso dizer, sem medo de errar, que é na simplicidade da história que reside a sua beleza e a sua complexidade. Destaques: - Este livro venceu o Prêmio Jabuti 2012 na categoria Melhor Livro Juvenil e Jabuti de Livro do Ano de Ficção. - A abertura do livro foi escrita pelo ídolo de Maria, o Selton Mello.

Universo dos leitores | Postagem: A literatura sensível e inteligente de Stella Maris Rezende | 7 de outubro de 2013

Disponível no Universo dos leitores

 
Resenha: A Mocinha do Mercado Central [Stella Maris Rezende] Anne Morais
Aquele livro fininho, com uma moça desenhada na capa. Aquele que chama a atenção por sua cor alaranjada e pelo selo de ganhador do Jabuti, bem ali na capa. É esse mesmo que você já pegou numa das livrarias e acabou deixando de lado. Sabe qual estou falando? Pois é. A Mocinha do Mercado Central, de Stella Maris Rezende, caiu em minhas mãos graças a um presente inesperado. Regalo desses que a gente precisa e nem percebe. Até que se ganha, se encanta e descobre o que estava perdendo. Seu segredo está tanto na simplicidade quanto na complexidade. Escrito de forma sutil, com um mineirês que dá orgulho, a trama traz Maria Campos em sua trajetória pelo país. A garota – fruto de um estupro sofrido por sua mãe -, que sai de uma pacata cidade no interior e descobre várias outras pelo Brasil e suas múltiplas personalidades. Cada uma dessas facetas representada por um nome diferente, escolhido a dedo, em razão de seu significado. Ao ler a apresentação, feita por ninguém menos que Selton Melo – que também é um personagem do livro – já me apaixonei. As sutilezas da autora, a cada virar de página, seja para relatar os pensamentos da protagonista ou suas inúmeras viagens – em cada sentido da palavra – me conquistaram. E acredito ser o que prende o leitor, mesmo que ele não sinta isso a princípio. A narrativa conquista. Seja como Maria, Zoraida, Gilda, Selma ou Teresa, a personagem assumiu a vida que queria e viveu. Há passagens tristes. Comentários bobos, de menina mesmo. Há romance, drama e sobretudo esperança. É daqueles livros que você quer ver numa tela de cinema, porque sabe que daria uma boa adaptação e consegue até ver uma Hermila Guedes mineira e mais nova no papel. É desses para se reler de vez em quando. Que se pega pensando em uma passagem e se lembra exatamente do sentimento que teve ao ler. É daqueles para se ter na estante, pois sua presença acalenta o coração, faz lembrar que os tempos da literatura brasileira não são tão anêmicos assim e que muita coisa boa ainda pode vir por aí. Quando você menos espera.

Literar | Postagem: Resenha: A Mocinha do Mercado Central [Stella Maris Rezende] | 22 de agosto de 2013

Disponível no Literar

 
A Mocinha do Mercado Central, Stella Maris Rezende Mirian Soares
Foi com este livro a minha primeira experiência de leitura no smartphone. Comprei-o na loja virtual do Google, e, assim que o pagamento foi confirmado, o download foi liberado. Eu já tinha lido alguns livros pelo notebook e nunca tinha me incomodado, mas não posso dizer o mesmo quanto à leitura pelo celular. Não gostei. Senti falta do contato com o papel e de poder marcar com o lápis os trechos mais legais. Mas, voltemos ao livro. Sem dúvida alguma, A Mocinha do Mercado Central, foi a coisa mais terna e encantadora que li nestes últimos meses. Uma graça, gente! Fiquei muito apaixonada pelos personagens. Mas, antes, vamos ao resumo. Maria Campos. Este era o nome completo da mocinha do interior de Minas Gerais. Pouco, pensava ela. Principalmente se comparado ao da amiga Valentina Vitória Mendes Teixeira Couto. Faltava-lhe o sobrenome do pai, já que fora concebida em uma circunstância trágica. Mas o que pode representar de fato um nome? Valentina, a quem Maria no princípio achara meio enxerida, e que acabou por se tornar uma grande amiga, sabia de cor o significado de todos eles. Da situação adversa, Maria tirou a ideia que a colocaria em uma sequência de aventuras: adotaria em cada lugar por onde passasse uma personalidade que correspondesse ao sentido do nome escolhido. Viajei com a Maria em cada uma das suas aventuras. Senti palpitações no peito a cada descoberta e conquista. Vibrei, emocionei e até chorei. Juro! O livro reserva algumas surpresas tão especiais, que é impossível ser indiferente a elas. Uma leitura que recomendo, sem dúvida. E se a minha recomendação não for boa o suficiente, A Mocinha do Mercado Central ganhou o Prêmio Jabuti do ano passado, na categoria juvenil. Não vou falar muito e nem citar falas, pois, o livro é super curtinho. Apenas 130 páginas (no smartphone). Só vou dar uma dica: se você é fã do Selton Mello, leia! Você vai amar!

A moda da Mira | Postagem: A Mocinha do Mercado Central, Stella Maris Rezende | 11 de abril de 2013

Disponível no A moda da Mira

 
Uma escritora e o jabuti de ouro Peter O. Sagae
Entre os escritores e ilustradores de literatura infantil, reza a lenda ou fábula de que o sujeito precisa de cuidados redobrados após conquistar um jabuti, o primeiro Jabuti com J maiúsculo... Não pense você em um animal de carapaça dura e fria: pense em um quelônio com letras às costas, no prêmio concedido anualmente pela Câmara Brasileira do Livro aos melhores do setor editorial. Se o primeiro vem, nunca se sabe quando chegará o segundo... Dizem que todos os parentes são lentos! E resta aos premiados torcerem pacientemente por uma jabota – a fim de formar um casalzinho, assim que possível, e estabelecer família. Contudo, em 2012, Stella Maris Rezende veio mineiramente nos contar outra história. Arrebatou, de maneira inédita, o primeiro e segundo lugares do 54º Prêmio Jabuti – Melhor Livro Juvenil, respectivamente com A mocinha do Mercado Central (Globo, 2011) e A guardiã dos segredos de família (Edições SM, 2011), título também vencedor do Prêmio Barco a Vapor 2010. Foi uma noite de verdadeira estrela brilhando e, quem suspeitaria, vinte anos de espera, veteranamente Stella literária, candidata ao Livro do Ano de Ficção... e Stella Maris voltou ao palco da Sala São Paulo para abraçar o mais novo filhote, tão rápida assim é a felicidade de um casal promissor: um Jabuti de Ouro. Meninos, eu vi... meninos, eu li! Com outro título, o texto de A mocinha do Mercado Central havia passado por minhas mãos, em maio de 2008, quando estive no júri de leitores críticos do Barco a Vapor. Era somente “Guia mágico para imaginar Maria” e já surpreendia por uma estrutura de capítulos justapostos como quadros pendurados à parede invisível da memória. Maria emoldurada por diferentes nomes, assumindo diferentes vidas, passando uma temporada ou uma chuva, como se diz, em diferentes cidades brasileiras... Mágico mesmo é essa coisa, essa ânsia de mudar o próprio mundo com uma palavra só, um nome. Maria sabe que precisa vestir-se com muitos nomes, para despir-se como personagem em busca de si mesma e de sua história, sonhos escapando pelos olhos, esperança e fragilidade no sorriso construído com gestos firmes. Stella Maris Rezende convida-nos para irmos lendo, lendo, imaginando o que sabemos sobre o perdão. Quando comecei a ler o livro ilustrado por Laurent Cardon e editado por Cecilia Bassarani, pensei: esse filme, eu já vi. E estava certo. Coincidência ou não, no concurso do Barco a Vapor 2010, voluntariamente cruzava os dedos pelo texto de A guardiã dos segredos de família, sem atinar quem poderia ser a autora daquela escrita de ficção que, rompendo com o caráter linear, nos conduz a um universo poético, feminino e dramático. Trata-se de uma obra rica em recursos de linguagem e muitos vazios para o leitor preencher & recompor a história de Nenenzinha, menina ainda e tia de quatro órfãos: Niquinho, Chiquito, Quinzinho e Célia, batizados Antônio Francisco, Francisco Antônio, Joaquim Francisco e Célia Francisca, confiados ou confinados na casa de um parente e sua esposa má. Muitos personagens sob o mesmo teto, muitas falas em um mesmo texto, provocam a impressão de estarmos todos entre as três paredes de um teatro – sim, de algum modo, fomos convidados a tomar parte das cenas e estamos bem próximos a esta família, ouvindo as conversas, meias sentenças, palavra e meia, silêncio, a ponto de descobrir seus segredos... Conheci Stella Maris Rezende em carne e osso, três dimensões, abraços e cores, ladeada por Mariângela Haddad e Vivina de Assis Viana, na noite do 6º Prêmio Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil, aqui em São Paulo. Esse encontro levou-me de volta ao primeiro livro de Stella que li e ao estilo tão monjolo, milho, mão de almofariz e beija-flor que bate direto no coração... Mas essa história fica para outro dia!

Dobras da Leitura O'Blog | Postagem: uma escritora e o jabuti de ouro | 30 de março de 2013

 
Como esse livro mexeu comigo! Revirou vontades dentro de mim! Eu já tinha o desejo de empreender uma aventura parecida. Instalar-me em cidades diversas por uns dias, interiorizando-nas. O livro só aguçou ainda mais o meu ânimo. Também me atrai a ideia de viver, vestir outras almas em mim. As oficinas de teatro e as peças teatrais nas escolas por onde passei proporcionaram-me esse deleite: quantas infinidades de almas temos dentro de nós! Surpreendeu-me, ao final da história, saber que a tia de Maria foi a narradora autora. A cronologia da narração contribui para aumentar o mistério do enredo. E a narração? Ah, a narração! Parece que estamos tufiados dentro da cabeça dos personagens, eu diria ainda, entranhados em suas almas espiando espionando bisbilhotando tudo, todos os seus guardados secretos íntimos desejos. E o roteiro turístico oferecido? Dá é vontade de fazer as malas e sair correndo para Traitteurs de France e comer o financier. Ou então viajar de trem de São João Del Rey até Tiradentes. O final inacabado (não acredito que eu disse final inacabado) da história nos dá a possibilidade de escolhermos qual fechamento gostaríamos que o livro tivesse. A gente fica pensando: - Será que ela vai contar? Ou não? - Ela vai fazer o teste? Ou não? Com isso, a gente permanece com o livro um mucadinho mais. Paroxismos - elegi três: O gostoso encontro de Selton com Nídia no delicioso e charmoso café. O encontro com Eugênio, que a princípio até arrisquei um romance. E o telefonema para Valentina. Que susto!!! Terminei a obra com uma sensação gostosa no coração: de que a mocinha do Mercado Central pode ser eu, você ou qualquer um, pois "o sonho e a imaginação são uma boa prática." Arrasou mais uma vez! Um grande abraço, Jaqque.

Jaqque Monteiro | 2012

 

Ana Lasevicius, Revista Língua Portuguesa | Publicado em junho de 2012

 
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